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Ciência e Saúde / Infantil

Notícia Postada em 14/10/2009 - 13:04

Saúde dos bebês

Entendendo o ABC dos bebês

Sono, cólicas, soluço e regurgitação podem ser resolvidos com um pouco de atenção

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Até completar 28 dias de vida, uma criança é considerada recém-nascida. Mães de primeira viagem ficam especialmente preocupadas nesse período, pois é quando toda a expectativa passa para a realidade. Os cuidados e os carinhos nesse estágio são muito importantes para o bebê e para os pais. “O afeto surge quando o casal começa a planejar a vinda de um bebê. E continua durante a gestação, para afinal se intensificar durante a fase dos cuidados efetivos nos primeiros anos de vida”, explica o médico pediatra, neonatologista e sanitarista, Dr. Ruy Pupo Filho.


Os recém nascidos dormem bastante. Segundo o neonatologista e pneumopediatra Ricardo De Castro, eles podem dormir até 20 horas por dia. “O metabolismo é muito rápido e a taxa de crescimento e ganho de peso é altíssima, precisando do sono para conseguir esses ganhos”, explica.


Mas e quando os pequenos trocam o dia pela noite? Dr. Ruy explica que devemos respeitar o ritmo do bebê, adequando seus hábitos aos poucos.  Dr. Ricardo lembra que a diferença entre o dia e a noite deve ser logo mostrada à criança, o dia como claro e barulhento e a noite escura e silenciosa. “Digo isso porque há mães que quando a criança dorme de dia fecham o quarto e ninguém pode fazer barulho algum. Isso é errado, a criança tem que perceber a diferença de dia e noite”, ressalta o pediatra.


Segundo Dr. Pupo Filho, o aparecimento das cólicas está relacionado com o estado emocional dos pais e com o ambiente psicológico da casa. “Quando o lar está tranquilo e a família em paz, o bebê se sente seguro e tem pouca cólica”, argumenta. Alguns cuidados básicos como manter o ambiente calmo e na penumbra também podem ajudar. Caso a criança esteja com cólicas em vez de usar remédios, deitar o bebê de bruços sobre a barriga despida da mãe pode ser a solução, de acordo com o neonatologista.


Os bebês também soluçam bastante.  Mas segundo o Dr. Castro é normal soluçar. “Soluçam até antes de nascer. O soluço não faz mal”, ressalta, enquanto Dr. Ruy lembra ainda que a bolinha de lã grudada na testa do bebê não adianta, uma vez que o soluço pode ocorrer, pois a criança está de “barriga cheia” ou com frio. “Basta esperar o esvaziamento do estômago ou trocá-lo e agasalhá-lo melhor e os soluços desaparecem”, completa.


Pequenas atenções


A queda do umbigo, que causa muita preocupação entre as “marinheiras de primeira viagem”, é muito simples, segundo os pediatras. “Basta limpar bem com álcool a 70%, de 3 a 4 vezes ao dia, até alguns dias após a queda”, explica Pupo Filho.  Já o Dr. Ricardo lembra que nenhum outro produto deve ser usado. “É muito simples. Não pode usar nenhum outro produto, com óleos, azeite, etc.”, completa. 


A regurgitação também é uma causa de desconfiança. Porém os médicos dizem que esta é muito comum, principalmente após as mamadas. Contudo, caso o bebê não ganhe peso deve se prestar uma atenção especial a este fato. “Se começar a vomitar muito e não houver um bom ganho de peso, deve-se procurar o pediatra devido à possibilidade de doença do refluxo”, alerta Ricardo.


Cuidados médicos


A vacinação é uma etapa importante para a vida da criança. Doenças como tétano, tuberculose, difteria, hepatite B, hepatite A, coqueluche, poliomielite, sarampo,  meningite, pneumonias, febre amarela, rubéola, caxumba, varicela e rotavírus podem ser prevenidas. Dr. Castro ressalta seu valor: “As vacinas são importantíssimas! Deixam as crianças imunes às doenças”, explica.


O teste do pezinho é um exame fundamental para assegurar a saúde do recém-nascido, pois procura descobrir as doenças para que sejam remediadas a tempo. Precisando de apenas três gotinhas de sangue, segundo Dr. Ruy, este deve ser preferencialmente realizado após 72 horas de vida. “No teste básico ou tradicional são pesquisadas duas doenças, o hipotireoidismo e a fenilcetonúria. O teste do pezinho plus ou ampliado pode detectar quase 30 doenças congênitas”, comenta.


Os pediatras recomendam que a primeira visita ao médico dos pequenos deve ocorrer entre sete e 15 dias de vida, dependendo da necessidade, esta pode ser antecipada. As avaliações de rotina deverão ser mensais até que a criança complete um ano de idade.